quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ser humano 'self-service'?



Se assim tivessem que ser as relações, não precisaríamos do outro pra nada, nada mesmo. Seríamos auto-suficientes. É triste, mas é assim que andam as relações pessoais ultimamente com essa rotina acelerada e o meio virtual substituindo o real.  Hoje admiramos as pessoas as queremos por perto, ficamos encantados por elas. Mas basta que algo nos desagrade para que coloquemos a tecla ‘delete’ em ação. Muitas vezes ficamos na dúvida – Será que ainda vou querer falar com ela/ele em um outro momento? – sendo assim, apenas bloqueamos, pois não se trata de uma exclusão, é apenas um bloqueio classificado como ‘adequado’ naquele momento. No mundo virtual as pessoas querem facilidades, tudo pra ontem. Se há alguma coisa no meio do caminho (seja lá o que for), logo perdem a paciência e colocam o “problema” para escanteio. Hipocrisia? Não sei. Estamos todos muito impacientes e rigorosos quanto ao comportamento do outro. Mas será que já analisamos o nosso próprio comportamento? 
Seres humanos são passíveis de erros e num determinado momento vão cometê-los. No entanto, não dá pra sair por aí tratando pessoas como sendo um produto que convêm em certos tipos de ocasiões e em outros não. Será esse um comportamento adequado? Trata-se, sim, de uma postura egocêntrica. Olha-se cada vez mais para os próprios umbigos e pessoa/produto tornam-se apenas um paliativo para carências ou interesses. Bela atitude, não é mesmo? Isso é motivo de orgulho?
Pois bem, não estou indo contra sua liberdade de ir e vir, muito menos tentando interferir no seu livre arbítrio, faça o que bem entender. Tais atitudes têm afastado pessoas com enormes potenciais, que por cometerem algum deslize lhes é tirado uma segunda chance.
Façamos valer a pena as relações com as pessoas maravilhosas que nos cercam, pois por uma simples atitude de clicar com esse irrequieto mouse na palavrinha deletar ou bloquear podemos nos arrepender pra sempre por termos sido turrões e deixar ir alguém que era especial para nós. Reflita! Pois certas coisas só acontece uma vez.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um dia ruim


Não tenho frases bonitas e nem poemas para escrever aqui hoje. É apenas um desabafo de um dia ruim.
Sabe aqueles dias que parece que não era pra gente ter acordado? Digamos que hoje foi um típico dia trágico. Mas não vou detalhá-lo, pois corro o risco de passar raiva duas vezes. Quero apenas demonstrar meus sentimentos em relação a isso, ou melhor, desabafar.
Tentei não reclamar diante as malfeitorias do nosso terrível Murphy... É isso mesmo que você está pensando, a famosa lei de Murphy, que acredito que você já conheça. Pois é, e assim foi o dia. Um acontecimento trágico seguido de outro.
Nessas horas a vontade que se tem é de sair correndo pra casa, se enfiar debaixo de uma coberta e esperar que o dia acabe logo, e que se possa ver o lindo sol de um novo dia que chega. Mas isso não foi possível. Tinha que voltar pra casa, mas temia o que ainda estava por vir.
Tentei então burlar o infalível destino e resolvi pegar uma carona pra fugir do trânsito e daquelas famosas pegadinhas da vida, que insiste em nos fazer perder o juízo nesses terríveis engarrafamentos. Tive então a brilhante ideia de ligar para minha irmã e suplicar por uma carona.
Até que consegui driblá-lo (o destino) um pouco. Consegui me desviar da emboscada que o sorrateiro Murphy preparava mais à frente, mas não consegui atrasá-lo com suas travessuras.
Mais tarde uma pessoa (especial inclusive) iria me visitar. Será que ali o engraçadinho Murphy colocaria suas asinhas de fora e me daria o troco por tê-lo enganado anteriormente no trânsito? Será que ele aprontaria algo pra mim, para enfim encerrar o dia com chave de ouro?
Pensei comigo – mas quem sabe de repente, essa visita pode ser o que pode salvar o dia? Já que tive um dia assim tão conturbado é possível que a visita dessa adorável pessoa possa, enfim, me fazer sentir melhor, já que tal pessoa é tão amável e me traz bem-estar – não via então porque temer. Quem sabe isso pudesse apagar o que tinha sido aquele dia merecedor de esquecimento.
Mas eis que Murphy se esquiva daqui, tenta entrar por ali, não acha abertura, pois tudo segue perfeitamente bem. Penso até que ele desistiu, foi embora e pensa em voltar em uma outra ocasião. Mas não, ele não desistiu.
Eu, sei lá se por impulso ou se por a mando dele começo a relembrá-lo durante todo o dia e conto a essa pessoa como foi o dia, ou seja, péssimo! Daí, ele (o terrível e abominável Murphy) ganha força e se mostra mais forte do que durante todo o dia. Ele consegue assustar essa tal pessoa (lógico, depois dessa trágica estória grega, até eu me assustaria), que imediatamente tenta se livrar do carma, ou seja, eu, para não fazer parte dessa infeliz história.
No entanto, tudo que não queria neste dia era que tivesse sido assim. Não apenas o que aconteceu durante todo o dia, mas sim o final. Queria que tivesse sido diferente, queria não ter falado desse bendito dia, queria ter esquecido o Murphy naquele momento em que estava contente. Talvez eu coloquei a perder algo que há alguns dias estava preenchendo parte do meu dia e que estava me fazendo muito bem. Não sei se isso que foi bom durante o dia ruim retorna, mas confesso muito que quero, e quero muito. Mas não sei se ainda é possível. Que trágico! E isso tudo por causa desse dia ruim...