sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Onde está a minha alma agora? Vago sem endereço... Sem berço...!


"A minha alma nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou".

Há dias estava super animada, não sei explicar, mas era uma alegria que brotava nem sei de onde. Sem motivo aparente, essa euforia tomava de conta do meu ser, era como se a cada dia estivesse vivendo o último. De repente, eis que isso muda. Algo aqui dentro grita por algo que nem eu mesma sei o quê. É um chamado inconsciente.
Em silêncio fico nessa agonia sem sentido, apenas sei que estou triste. Dou-me então o direito de me trancar em meu quarto e nutrir esse sentimento para que possa, enfim, saber a causa desse estado tão nostálgico. Tento procurar as resposta dentro desse meu eu triste, mas nada responde.
Será saudade? Mas de quê? De alguém? De um passado? De quê, meu Deus!!! Não sei, só sei que isso dói.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Esse perfeito mundo das adversidades


Por que a vida só é boa quando lembramos do que foi (passado)? Ela não pode ser boa agora (presente)? Nos apegamos sempre ao que é concreto, porque no fundo temos medo do desconhecido. Medo de arriscar, medo do futuro, medo das conseqüências. Talvez por isso, estamos sempre com um pé atrás. Seja medindo as palavras, reprimindo desejos, sufocando desabafos, engolindo dissabores.
Até quando vamos viver assim? Não nascemos com um manual de regras grudado ao corpo. Temos o livre arbítrio para fazermos nossas próprias escolhas. E não está escrito neste manual que tenhamos que ser todos iguais, ou ainda, que tenhamos que agir da mesma forma diante as peripécias da vida.
Estou cansada quando ficam dando “pitaco” das nossas atitudes, dizendo que devíamos ou não devíamos ter dito ou feito.  Parece que independentemente do que a gente faça, sempre haverá uma crítica, seja ela vinda de A ou B. Sendo assim, a conclusão que se chega é que devemos ser nós mesmos. Os erros são nossos, os aprendizados também. Isso ninguém pode viver por nós.
Então a mensagem é que não devemos nos basear em idéias, ou teorias filosóficas, ou ainda o conselho da vovó para tomarmos nossas decisões, se fosse pra ser assim, Deus não teria nos criado indivíduos, e sim algo parecido com a cabeça da medusa, só que ao invés de cobras seriam seres humanos. Com nossos defeitos, erros e acertos. Cada um com sua personalidade. Imagina se o mundo fosse um rigoroso cumprimento ao manual dos desastres, como seriam as relações? Nada seria natural, não existiriam sentimentos e nem os misteriosos encontros onde almas tão distintas se atraem. Ninguém é perfeito nesse mundo. Deve ser por isso que é tão bom viver nesse mundo de tantas diversidades.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Duas Bolas, por favor!

"Uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido. Uma só. Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
  Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
  O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
  A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
  A gente sai pra jantar, mas come pouco.
  Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
  Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
  Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
  Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
  Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
  E por aí vai.
  Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
  Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
  Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
  Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
  Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
  Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
  Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
  Um dia a gente cria juízo. Um dia. Não tem que ser agora.
  Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
  OK? Não necessariamente nessa ordem.
  Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .
"Você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo."
Danuza Leão

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Por que queremos tanto alguém?

Estranho como o ser humano sempre está procurando em um outro alguém o que lhe falta. E não se trata de ser egoísta, pois na verdade é assim que acontece. Procuramos alguém para preencher a nossa incompletude. Queremos suprir a carência, alguém pra conversar, pra rir, pra dar carinho. Enfim ,ficaria a tarde inteira aqui enumerando o que procuramos nas outras pessoas.
Mas uma coisa não dá pra negar. Quando conhecemos alguém, que achamos que pode suprir tudo o que nos falta, ficamos bobos, inconseqüentes. Isso é idiota, mas é tão bom. O coração dispara só de pensar nesse alguém. Os pensamentos voam em recordações que tivemos ao lado dessa pessoa. Sentimos falta da fala, do toque, do cheiro. Quando não estamos perto desse alguém, é como se estivéssemos órfãos e pedimos em silêncio que esta pessoa retorne e nos dê tudo o que nos faz felizes.
A necessidade que temos do outro não se trata de obsessão, nem mesmo egoísmo, mas é um sentimento sublime que nos engrandece como pessoas. Na bíblia mesmo tem uma passagem que diz que não é bom que homem fique só. Sendo assim, é da nossa natureza querer alguém ao nosso lado. Por isso, o ser humano passa a vida inteira à procura de um companheiro. Mesmo quando temos um certo alguém que se vai pra não mais voltar. Temos a sensação que nunca mais vamos querer sentir tudo de novo com um novo amor. Mas chega um dia que essa mesma natureza grita e sozinha vai em busca de uma nova esperança, um novo alguém.
Enfim, se não conseguimos ser felizes sozinhos, que encontremos, pelo menos, alguém que faça nossas pernas tremerem, o coração disparar, que dá aquele friozinho na barriga. Isso sem sabermos, pode ser um dos sinônimos para o que tanto procuramos e não sabemos que já possuímos: a felicidade.