domingo, 29 de novembro de 2009

Quanto saudosismo em um dia só

Não sei o motivo que me levou ao estado tão nostálgico em que me encontro no dia de hoje. Não teve algo especifico que me fizesse ficar assim, de repente, fiquei. Músicas, lugares, recordações, tudo me veio à tona e não pude escapar, nem sequer pude me permitir ignorar. Não sei que força foi essa tão forte que me levou a um passado que não passou.
Uma música em especial talvez tenha me levado a esse túnel do tempo, chama-se Everybory hurts, do REM, ela de fato é bem triste e até sua tradução é um pouco mórbida. Juro, não queria ter me sentido assim, mas nem sempre sentimentos são controlados, simplesmente vem, invade nossas mentes, corações e nos rouba o sol do dia. E foi isso que aconteceu, por uma simples música meu dia, digamos, ficou cinza.

domingo, 15 de novembro de 2009

A morte de um coração




Era um dia triste, ventava. Um dia melancólico e sem vida. Um coração estava na UTI a exatamente 1 ano e 2 meses. Um adeus tirou-lhe a vontade de viver. Desde então vagava sem motivação, sem alegria, sem esperança. Pulava de mão em mão na ilusão de que alguém o pudesse fazer bater novamente. Inocentemente acreditava que haveria alguém que o pudesse tirar daquele lugar e lhe desse um sopro de vida. O amor? Quem sabe seria capaz de fazê-lo reviver. Mas será que ele de fato queria? Será que não preferia ficar naquele estado de inércia? Mas o que de fato ele queria? O que ele esperava? O que o traria de volta a vida?
Nesse período ele chorava, agonizava, vivia de lembranças que não mais voltariam e que só existiam nas suas recordações, pois na vida real há muito haviam desaparecido.
No fundo, havia sim um resquício de esperança de que o velho amor lhe tirasse do sono profundo, como no conta da Bela Adormecida, em que a bela moça é acordada pelo seu príncipe e vivem felizes para sempre. Só que o dilacerado coração não teve a mesma sorte.
O seu salvador (se é assim que o pudemos chamá-lo) várias vezes lhe deu uma esperança, atiçava-lhe dizendo que podia retornar e tirá-lo daquele sofrimento, mas depois ia embora e deixava o pobre coração ainda mais triste, a um passo de parar os batimentos e morrer de vez.
Mas o coração, por mais fragilizado que estivesse tentava de todas as formas reagir. Buscava um novo amor, (mais que droga!) ninguém conseguia substituir o lugar do seu antigo dono. Logo, o pobre coração percebia que estava se enganando e voltava de novo para o seu estado de coma. Repetidas vezes isso aconteceu.
Um belo dia o seu velho dono reapareceu por saber que ele poderia estar adotando um novo dono e veio reivindicar o seu território: Epa! Esse coração aqui é meu, não pertence a mais ninguém. O coração sem pensar duas vezes se atirou e reviu a possibilidade de tudo voltar a ser como antes. Entregou-se por completo. Logo após a loucura da entrega e de que tudo pudesse voltar a ser como antes, eis que o seu “dono” diz que não é mais seu dono, pois já habita em um novo coração.
O pobre coração desnorteado quase tem uma parada cardíaca. Por pouco não morre de vez e volta para a UTI. Ali ele fica por um bom tempo, sem nem mesmo reagir, prefere o isolamento e nem pensa em voltar mais para a vida.
Continuando na sua tristeza, vai levando até que o destino promove um encontro, e posso-lhes assegurar não foi a melhor circunstância para tal. O enterro do pai do seu velho dono. O coração pensou em não ir, pois sabia que haveria encontros que não gostaria de ter, ou seja, do seu velho dono e do novo coração que ele escolheu para morar. Não ia ser fácil tal encontro, mas teve que ir, pois em respeito ao pai do seu dono e até pelo carinho que tinha para com a família ele foi, meio que cambaleando. Chegando lá eis que vê a pior coisa de toda sua história, o novo coração não só já havia tomado de conta do seu dono como estava prestes a lhe dar crias, ou melhor, filhos e então logo estaria formada uma família. E foi naquele momento em que o velho coração não agüentou e foi sepultado junto com o pai de seu dono.
A única coisa que ficou desse pobre coração foi uma história triste de um amor que não valeu sua vida.